A eleição à sucessão da governadora Roseana Sarney, agora em 2014, parece com os filmes que assistimos em 1990, o mesmo de 2002, seguido do replay de 2006.

Em 1990, quando ninguém mais discutia a vitória do então senador João Castelo, apoiado pelo furacão da época, Collor de Melo, foi preciso mexer as peças e tirar do páreo o deputado federal Sarney Filho.

Foi então que trocaram pelo nome do ainda desconhecido deputado federal Edison Lobão, mas com excelente atuação na Câmara Alta do país. Um palpite arriscado naquela altura do campeonato eleitoral.

Lobão chegou bem ao seu estilo humilde cativando as lideranças políticas e despertando no eleitor uma nova esperança, um novo jeito de fazer política e ganhando, sobretudo, a confiança dos incrédulos.

Do alto do sapato da arrogância, Castelo se descuidou e viu Lobão chegar ao segundo turno, mas com uma diferença favorável ao ex-governador de quase 200 mil votos. Favas contadas para a segunda etapa da eleição.

Abertas as urnas do segundo turno, Lobão entra vitorioso e Castelo sai derrotado. A arrogância, o ‘já ganhou’ antes do término da corrida eleitoral,  e, sobretudo, imaginar que o eleitor não tem opinião própria e, portanto, alvo fácil de ser iludido, acaba sempre em choro.

Já em 2002, a oposição cantava vitória antes do tempo. Zé Reinaldo era governador e entrou na disputa com míseros 4% contra a avalanche oposicionista de mais de 70%. Era início do fim do ciclo Sarney, pensavam os oposicionistas.

Quando as urnas se abriram Zé Reinaldo estava eleito no primeiro turno, contra o chorão Jackson Lago que assistia mais uma vez a derrota e não entendia o que havia acontecido de errado.

Começa a disputa pelo cargo de governador em 2006, com Roseana Sarney liderando a corrida surfando alto com 74% contra míseros 8% para Jackson Lago, então candidato do Palácio dos Leões. Sarney estava no Amapá lutando pela reeleição ao Senado Federal.

Os dias foram passando e o salto da humildade da candidata era do tamanho da torre Effeil, em Paris. Sarney, lá do Amapá, apontava os erros que ninguém prestava a devida atenção, notadamente a filha. Enquanto isso o Palácio dos Leões mostrava os dentes e tecia sem muito alarde os mistérios da fazenda.

Abriram-se as urnas e aquilo que era impresível logo no início virou realidade: segundo turno. Ainda assim, a diferença favorável à candidata de oposição, Roseana Sarney, exibia excesso de confiança na vitória. Soube, na época, que a filha já nem mais escutava o pai. E no segundo turno Jackson Lago e os Leões levaram a eleição.

Agora em 2014, o filme caminha para se repetir. O candidato da oposição, Flávio Dino, espalha nos quatro cantos do Maranhão que é o próximo governador. Surfa em pesquisas fabricadas e em outros levantamentos que retraram apenas um lado da realidade.

Dino é candidato há quatro anos. Luis Fernando entrou como a alternativa do grupo da governadora e um ano depois renunciou e teve lá suas razões. Perdemos aquele que seria o melhor para o Maranhão.

Entrou em cena um jovem empresário que nunca foi testado nas urnas, mas exerce com competência e substitui a altura o mandato do pai ministro de Minas e Energia, Edson Lobão.

Lobão Filho entrou na disputa com zero percentual e hoje, pelas pesquisas registradas no TRE jpa alcançou até 29%, mas em sondagens internas estaria bem melhor posicionado.

E com um detalhe que a oposição insiste em esconder: de todas as pesquisas menos de 40% do eleitorado já se manifestou claramente em quem votar. E onde estão os indecisos? Agaurdando novas definições e a convocação de seus líderes. É bem aí que o quadro começa a se alterar.

Ao contrário de 1990 e 2006, essa eleição  terá apenas um turno. E como a oposição não consegue se desgrudar dos velhos erros e deixar de lado a arrogância, o filho deve levar a eleição seguindo o exemplo da vitória do pai. O mesmo filme, mas com aprendizados diferentes.


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