O Estado 

Clima de terror estaria sendo comandado por internos de Pedrinhas que orientam seus comparsas residentes no bairro. Pelo menos oito famílias já se mudaram, inclusive sob escolta policial; SSP nega ocorrências

 

SÃO LUÍS – Mais uma vez facções criminosas instalam o clima de terror em bairros da periferia de São Luís e conseguem expulsar, em menos de uma semana, oito famílias de suas residências, na Rua Bom Futuro, na Vila Embratel, sob a ameaça de, caso não obedecessem seriam mortas a tiros. De acordo com as informações das vítimas, essa ação criminosa está sendo coordenada por dois apenados, identificados apenas como Arielson e Roniele, que estão presos em uma das celas do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Essa dupla é suspeita, também, de comandar o tráfico de entorpecente na localidade

“Eu e a minha família tivemos que abandonar a nossa casa, porque temíamos de perder a vida a qualquer momento”, desabafou uma das vítimas. Ela ainda declarou que se mudou do bairro onde vivia há mais de três décadas na tarde de quarta-feira, 22, sob a escolta de viaturas da Polícia Militar.

Ela disse, ainda, que vivia diariamente sendo ameaçada de morte pelos criminosos. Na noite de terça-feira, 21, eles, portando arma de fogo, tentaram invadir a sua residência e até crivaram de balas o portão da frente da casa. Os bandidos ainda fizeram disparos em via pública.

Mais sete famílias, que moravam nessa área, também deixaram as suas casas com receio de serem mortas por esses criminosos. Na tarde de ontem, O Estado esteve na Rua Bom Futuro e encontrou várias casas fechadas como placa de aluga-se ou vende-se fixadas na parede da frente.

Os moradores se recusaram a falar sobre o assunto. Outros que residem nas proximidades da delegacia de Polícia Civil do bairro disseram que a Rua Bom Futuro está sendo dominada por integrantes de facções criminosas. Esses criminosos estão realizando tiroteio, expulsando as pessoas de boa índole e instalando bocas de fumo no local.

Ação criminosa

Uma das vítimas, que não se identificou, declarou que essa onda de criminalidade na área começou após a prisão de Arielson e Roniele, no fim de 2014 pelos crimes de ameaça, tentativa de homicídio e tráfico de droga, mas ficou mais intensificada no decorrer deste ano.

Ainda segundo a vítima, esses dois apenados de Pedrinhas ordenam que os criminosos identificados como Dudu, Baicó, Zeca Diabo, Tom, Bililico, e outros menores instalem o clima de terror na Vila Embratel e eles, diariamente, realizam tiroteios na área.

Na quarta-feira, 22, guarnição do 1º Batalhão da Polícia Militar após serem informadas de que criminosos estariam expulsando moradores da Vila Embratel de suas casas, realizaram rondas pela área e nas proximidades do Morro do Gogo da Ema, prenderam Jhoanderson Gomes Soares, o Dudu, de 19 anos, e apreenderam um adolescente, de 17 anos. A dupla foi apresentada na Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), no Centro, onde foram autuados.

O Estado manteve contato na tarde de ontem com a assessoria de comunicação do Governo para saber quais medidas seriam adotadas para combater essa onda de violência no bairro. Em nota a PM informou que policiais do 1° Batalhão da Polícia Militar (BPM) vêm desenvolvendo ações ostensivas e preventivas na Vila Embratel, com apoio de outros grupamentos da área Itaqui-Bacanga.

“A polícia realiza rondas e incursões durante o dia e à noite, para coibir ações criminosas ou quaisquer tipos de delito”, concluiu. Em relação aos possíveis casos de moradores que estariam sendo expulsos de suas residências, nos endereços em questão, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) esclarece que não há registros no Ciops, Disque Denúncia ou Delegacia da Vila Embratel, que é um dos cinco plantões da capital.

Reincidência

Na noite do dia 16 de junho de 2015, integrantes de facções criminosas instalaram clima de terror nas vilas Colier, área de Pedrinhas, e Natal, no bairro Coroadinho, onde mais de 100 famílias foram expulsas de sua casa. Na região do Coroadinho, em menos de 24 horas, foram registrados quatro assassinatos e vários moradores foram agredidos fisicamente por bandidos.

À procura desses criminosos, a polícia conseguiu apreender dois revólveres calibre 38, uma espingarda calibre 20, 13 munições calibre ponto 40, 20 munições calibre 20, um binóculo de uso exclusivo das Forças Armadas e dois suspeitos de homicídios, identificados como Samuel Lima Sales, de 25 anos, e Werberson Campos Torres, de 29 anos. Eles foram conduzidos à sede da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), no Bairro de Fátima.

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