Prefeito queria chamar Lobão e Lobinho para não ser revistado
O prefeito de Maracacumé, José Francisco Costa de Oliveira, fez o maior vexame para evitar ser revistado pela polícia daquela cidade. Ele esculhambou dois delegados e ameaçou ligar para o senador Edinho Lobão e ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão para que não fosse apalpado.
Foi um verdadeiro Deus nos acuda durante uma vaquejada em Maracassumé, na noite do último sábado. Os delegados não esfriaram diante das ameaças e um deles disse que poderia chamar até o Papa.
Minutos depois o prefeito aceitou a revista e com ele nada foi encontrado. Existem informações de que Oliveira só anda armado na cidade.
O prefeito é aquele mesmo que fora vítima de tentativa de homicídio, em março deste ano, por um homem armado, quando chegava na fazenda Jatobá, de sua propriedade.
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Caro Luis Cardoso,
A respeito do fato noticiado em teu Blog sirvo-me do presente para prestar os seguintes esclarecimentos:
1 – Sou Delegado de Polícia lotado em Cândido Mendes e estava respondendo em substituição, pela Delegacia Regional, quando recebi uma denúncia por telefone dando conta de que o prefeito Franco teria ameaçado de morte um desafeto, por conta de divergências eleitorais na cidade em que ele é prefeito (ou rei, como parece pretender), Maracaçumé;
2 – Como medida de urgência e para evitar maiores problemas até mesmo para o prefeito, de quem se disse que estava embriagado e visivelmente alterado, tentei de imediato apoio das guarnições da PM nas cidades de Maracaçumé e Gov. Nunes Freire, sendo infrutífera as tentativas neste sentido, uma vez que por alguma conveniência qualquer e com base em argumentos vazios, ambos se esquivaram de atender à ocorrência;
3 – Com isso diligenciei em companhia do Delegado Murilo (titular de Maracaçumé e que estava no plantão regional), e dos investigadores Almada e Jean. Ao chegar no suntuoso parque de vaquejada do prefeito, me identifiquei e informei a necessidade da medida de revista pessoal e veicular em face da notícia de uso irregular de arma de fogo. Feita a revista, não foi encontrada arma em seu poder e nem eu seu veículo, o que evidentemente frustou a possibilidade real da sua prisão em flagrante. Vale registrar que a revista pessoal e veicular tem como fundamento legal apenas a fundadas suspeitas de algo ilícito em poder do alvo de acordo com a lei, o que no caso, tinha prova cabal;
4 – Fiquei sabendo que a notícia do nosso deslocamento de Zé Doca para Maracaçumé “vazou” nos ao prefeito e por isso ele não estava mais armado na ocasião da abordagem. Contudo, fazendo um “teatro” peculiar aos maus políticos, referido prefeito pegou um celular e começou a ligar supostamente para algum Senador da República, ao que fiz questão de adverti-lo que com ligação ou sem ligação, se acaso fosse encontrada em seu poder alguma arma de fogo em desacordo com as determinações ele seria preso em flagrante, como de fato seria, mas não é certo que eu o DPC MURILO tenhamos invocado o nome de Sua Santidade, o Papa, porque desnecessário, isto por conta de ter um flagrante amparo legal para a realização da diligência em questão e até mesmo para poupá-lo de consequências mais gravosas da sua impetulância e arbítrio;
5 – Não é de todo verdade que ele tenha esculhambado dois delegados, mas é certo que com o seu jeito rude e grosso, que ao que fiquei sabendo lhe bastante peculiar, ele se alterou invocando princípios e fundamentos insubsistentes, incabidos e porque não dizer, amorais a meu ver, sendo nesse momento que começou a telefonar para algum senador. Nesse instante, invocando a autoridade legal que por lei e por dever de ofício me foi outorgada pelo Estado, para representá-lo no seu mister de polícia judiciária, tomei a palavra e com compostura e respeito, mas com a firmeza necessária, expus os fundamentos do trabalho que estava realizando, o que fez com que ele recuasse dos seus impropérios verbais e logo depois, ao ser liberado, retirou-se do local.
6 – No mais, reafirmo que sempre tenho procurado trabalhar pautado na legalidade e nos princípios do direito e da justiça, não sendo outros os fundamentos que pautaram a ação da Polícia Civil, por mim e pelo colega ali presentes, naquela diligência. De outro turno, tenho a lamentar que determinados tipos de pessoas, apenas porque investidos em uma função pública passageira, arrotam “supra-direitos” inexistentes no ordenamento pátrio e a partir deles sacam equivocados raciocínios, imaginando-se acima da lei, do bem e do mal, achando que podem fazer tudo, apenas porque “estão” prefeitos. Enquanto isso, enquanto pensam assim, olvidam-se dos seus deveres sociais com a população. Nesse sentido, apenas para registro, faço constar que a cidade que ele geriu durante quatro anos, infelizmente parece um povoado velho, não tendo uma rua asfaltada sequer, o que evidentemente causa repulsas e indignações.
Atenciosamente,
José Raimundo Batalha Jardim – Delegado de Policia Civil